A inovação tecnológica surgiu no campo para potencializar a força do nosso agronegócio e a cada ano mais profissionais optam pelo uso de novas propostas digitais para o trabalho. Essas propostas muitas vezes vêm através de startups que proporcionam aos empresários do setor conhecer diferentes opções como por exemplo drones que mapeiam a eficiência da lavoura e do pasto e alguns softwares de inteligência artificial.
Para dar conta de alimentar um planeta com uma população de 10 bilhões de pessoas (número estimado para o ano de 2050), as novas tecnologias digitais no campo serão ainda mais decisivas para o avanço da produtividade em lavouras e pastos.
Um exemplo de empresa que busca por esse tipo de inovação é a Monsanto uma empresa multinacional de agricultura e biotecnologia que em setembro de 2017, divulgou o investimento de 1 milhão de reais na startup mineira Tbit que desenvolveu um software para automação da análise de qualidade de grãos, sementes e folhas, que antes era realizada por humanos.
Outras empresas de tecnologia da informação como a Intel também já aceleraram o passo e começaram a investir em alguns serviços para o agronegócio no país.
Startups para o campo
Uma pesquisa da Strider, empresa mineira de tecnologia voltada para o campo feita com 600 produtores renomados do país, mostrou que 33% já empregam softwares para monitoramento da produção e gerenciamento de frotas nas fazendas.
A Promip, que desenvolve inovações para o controle biológico e o manejo integrado de pragas, foi a primeira a receber investimento ainda no ano de 2014 do Fundo de Inovação Paulista. Atualmente, atende grandes produtores e tem uma fábrica no interior de São Paulo com mais de 80 funcionários ativos.
Exigência dos consumidores
A digitalização do campo ganhou forças através de diferentes vertentes, mas uma das principais é a pressão que os consumidores fazem para obter transparência no processo produtivo querendo saber a procedência do alimento que chega até sua mesa. Lembrando da operação carne fraca, várias fraudes no processo sanitário em diferentes frigoríficos do Brasil foram reveladas, e isso fez com que os varejistas se vissem forçados a compartilhar informações detalhadas sobre os produtos vendidos.
Mas engana-se quem acha que proprietários de empresas menores levam vantagem na hora de transmitir essas informações. De acordo com Lúcio de Castro Jorge, pesquisador da estatal Embrapa Instrumentação, é nesses casos que há mais restrições para financiar investimentos neste quesito. Além disso, há outro debate que também torna a inovação tecnológica no setor agrícola difícil que é o consentimento entre produtores rurais e ativistas ambientais, para que o Brasil expanda a produção agrícola com o mínimo impacto no ambiente.
São muitos os desafios do agronegócio, embora os últimos tempos mostraram que o agricultor brasileiro é bem aberto às inovações que estão ao se alcance.