O comércio eletrônico não fala em outra coisa: a venda da Netshoes e o fim da trajetória de um case que simboliza a capacidade das vendas online no Brasil.
Segundo informações de sites brasileiros e internacionais, é provável que nos próximos dias saibamos quem é o novo dono do maior e-commerce de artigos esportivos da América Latina.
O valor de mercado da Netshoes chega atualmente a cerca de US$ 73 milhões, valor abaixo dos US$ 558,5 milhões que valia há dois anos. Além do (ainda alto) valor da compra, o novo proprietário “ganhará de brinde” dívidas que ultrapassam os US$ 35 milhões.
A tão especulada venda, cujas negociações incluem nomes de grandes redes como Magazine Luiza e B2W (proprietária do Submarino, Shoptime e Americanas.com) representará um dos mais valorosos negócios de 2019: por meio dela, o e-commerce brasileiro passará por um processo de consolidação.
É o início da estabilização dos players do ecossistema e provavelmente será um momento importante para o comércio online no Brasil.
Nos próximos anos, a previsão é de que haja mudanças drásticas, e será interessante ver como as marketplaces de nicho (sites focados em um tipo específico de produto) irão atuar frente a essas mudanças.
Nestes casos, o contexto será mais desafiador já que ser consolidado no mercado apresenta outros desafios para os “nichados” e pequenos empresários, em razão das margens de negociação que diminuem e ainda abrem o caminho para as grandes redes que centralizam o tráfego de visitantes e oferecem preços de venda diferenciados.
A B2W que contratou a assessoria do banco BTG Pactual, afirma que a aquisição segue em análise e que não há, por hora, nenhuma definição de valores para uma oferta fundamentada.
“Não há, até o momento, qualquer decisão da companhia sobre uma eventual aquisição de ações, tampouco qualquer documento vinculante”, informou a empresa de comércio eletrônico, em resposta ao questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em relação às reportagens publicadas pela imprensa. Já o Magazine Luiza, não comentou o caso.
Há tempos, a Netshoes é alvo de potenciais compradores, no entanto, segundo analistas de mercado é necessário que ela passe por uma reestruturação do modelo de negócio.
Só para que você entenda: no terceiro trimestre de 2018, o prejuízo da Netshoes quase triplicou, mesmo com o crescimento de clientes, contabilizado em cerca de 18,2%. Além disso, embora seja considerada top of mind no mercado on-line de produtos esportivos, a empresa não obteve bons resultados em segmentos como o de suplementos para atividade física.
Ainda que haja dívidas envolvidas em tal negociação, não há como negar: a Netshoes é a companhia mais proeminente no mercado online de produtos esportivos.
Agora é esperar para saber qual deles irá topar assumir um negócio com valor de mercado em queda que segue carente há anos em troca de uma possível (grande) presença no mercado de moda e varejo.
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