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Coronavírus: Como a tecnologia pode ajudar na guerra contra o vírus

Um novo vírus descoberto pela primeira vez na cidade de Wuhan, no centro da China, bem parecido com o da gripe, já matou mais de 100 pessoas. Mais de quatro mil indivíduos já tiveram seus casos de infecção confirmados e especialistas suspeitam que o total de pessoas infectadas seja ainda maior. No entanto, a China, uma das maiores potências mundiais, conta com a tecnologia de ponta para tentar brecar o vírus que colocou o mundo em alerta.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o risco internacional de contaminação pelo novo coronavírus é considerado elevado e quando falamos do país mais populoso do planeta, entendemos que esta ameaça é ainda maior. Por isso, diversas empresas chinesas das áreas farmacêuticas, de biotecnologia, fabricantes de máscaras e de termômetros comunicaram que não vão medir esforços para auxiliar no combate e prevenção do surto do vírus.

Startup canadense presumiu epidemia

Antes mesmo do governo chinês viabilizar informações a respeito da epidemia do coronavírus, a startup de inteligência artificial BlueDot, Canadá, identificou a doença e para quais locais ela poderia chegar: Taipei, Tóquio, Bangkok e Seul.

Esta empresa, criada pelo médico infectologista Kamran Khan, foi criada em 2013, após sua experiência de trabalho em hospitais no ano de 2003, durante o surto da doença que ficou conhecida como SARS, semelhante ao atual vírus da China.

Até mesmo o Google já tentou prever grandes surtos de doenças no passado. Em 2013, a companhia iniciou o site Google Flu Trends (Google Tendências de Gripe), que disponibilizava por meio de dados agregados de pesquisa online uma estimativa da atividade de gripe em determinada região e que facilitava através de alta tecnologia, o monitoramento específico por localidade tornando possível o preparo de profissionais para emergências, ajudando não só no tratamento de doenças, como também na prevenção de epidemias. No entanto, o site atualmente não está publicando novas estimativas e afirma que “Ainda é cedo para a transmissão ao vivo e de ferramentas similares para entender a propagação de doenças como gripe e dengue – estamos animados em ver o que vem a seguir.”

Pesquisas e dispositivos

Você provavelmente viu na televisão como andam as coisas na China e em alguns outros países ao redor do mundo. Pessoas com máscaras, profissionais de diferentes áreas com roupas especiais ou dispositivos medindo a temperatura de populares em aeroportos e outros locais. Esses aparelhos são termômetros infravermelhos. Além disso, foram desenvolvidos pela empresa de biotecnologia Xilong Scientific Co, dispositivos de diagnóstico para o novo vírus.

De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Oxford, o coronavírus pode ser transmitido de indivíduo para indivíduo, e cada pessoa pode infectar até outras cinco. Por isso, um mapa interativo também está sendo utilizado para mostrar onde foram reportados os casos de infecção pelo vírus. Esse mapa é atualizado a cada nova divulgação oficial de dados e é possível ver caso a caso, apontados por círculos vermelhos.

As agências globais de saúde estão atacando de vários ângulos em busca de tratamentos rápidos e eficazes. A agência de Fauci, por exemplo, fez parceria com a empresa de biotecnologia americana Moderna Inc, especializada em vacinas à base de ácido ribonucleico (RNA) – um mensageiro químico que contém instruções para produzir proteínas.

Na Austrália, a Universidade de Queensland conta com cientistas apoiados pelo grupo de emergência de saúde global da Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI), para o desenvolvimento de uma nova abordagem vacinal, que emprega a tecnologia para acrescentar um gene às proteínas virais para estabilizá-las e levar o corpo a pensar que está vendo um vírus vivo e assim, criar anticorpos contra ele.

Tecnologia contra o vírus

Com o intuito de ajudar a controlar a epidemia, grandes empresas de tecnologia colocaram soluções como capital e equipamentos à disposição das autoridades responsáveis.

A gigante chinesa Baidu, por exemplo, determinou um fundo de RMB 300 milhões (cerca de R$ 180 milhões) destinado à pesquisa e desenvolvimento de cura para o coronavírus e também para medidas de precaução a longo prazo em outras eventuais endemias. A empresa também disponibilizou pesquisadores, soluções de análise de dados e inteligência artificial, pois entende que estas tecnologias podem ser utilizadas tanto no desenvolvimento da cura para o vírus, quanto para conduzir a saúde pública em relação a este problema nacional.

A divisão de saúde do e-commerce Alibaba por meio de seus canais de comunicação abriu gratuitamente os serviços de telemedicina para residentes de Hubei. Através deles, estão encorajando pessoas que tenham quaisquer sintomas de doenças a realizarem um atendimento remoto tendo em vista identificar o quanto antes casos de contaminação do vírus. E tem funcionado. Até este domingo na região de Hubei (sendo a maioria da capital Wuhan) 400 mil pessoas acessaram a área de telemedicina da Alibaba Health.

A Meituan Dianping, principal empresa de delivery na China, além abrir um fundo de mais de R$ 120 milhões para auxílio de equipes médicas, também designou um canal digital de doações em que seus clientes podem ajudar a combater a disseminação do coronavírus.

Médicos robôs

De acordo com os primeiros estudos, sabe-se que o coronavírus se apresenta como uma infecção com taxa de transmissão entre humanos muito alta. Por isso, uma equipe do Centro Médico Regional de Providence, em Washington nos Estados Unidos, com a intenção de evitar riscos de contaminação entre seus pacientes e médicos, decidiram usar da tecnologia para medir sinais vitais e se comunicar com o paciente.

Trata-se de um robô, que é basicamente uma tela sobre rodas com um estetoscópio, mas que ainda depende de enfermeiros, que precisam entrar na sala para reposicionar as câmeras, por exemplo.

O uso desta tecnologia, ainda que não seja 100% eficaz, mostra que as autoridades estão compromissadas em evitar a disseminação do vírus.

Resta saber se todas as tecnologias empregadas nessa missão de evitar que o surto atinja novos países, resultarão em algo positivo pois, até agora, a doença que teve início no final de dezembro de 2019 já atingiu 15 países, e por hora, não há vacina ou cura conhecida para o coronavírus da China.

LoFrano

Especialista em TI, observador e crítico do comportamento de pessoas em relação ao avanço da tecnologia. Estudioso constante das práticas e teorias da pirâmide envolvente da Camada Estratégica, Tática e Operacional, Estrategista e construtor da tese que irá melhorar o entendimento dos profissionais do estratégico em relação a tecnologia da informação.

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