A pandemia da Covid-19 fez com que muitos trabalhadores conhecessem o sonhado trabalho remoto. Quando se falava de horários flexíveis e de trabalhar de casa, a ideia que a maioria das pessoas tinha era de que isso seria incrível.
Para alguns foi algo bom, adaptável. Mas para muitos, talvez esta maneira de trabalhar seja o fim do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
Quem nunca namorou a ideia de trabalhar nas empresas do Vale do Silício, onde a tendência é se divertir para produzir? Por lá, o trabalho remoto é considerado o novo normal, mas essa mudança permanente após o surto do novo coronavírus deixa algumas dúvidas.
Afinal, será necessário repensar a experiência de trabalho e as formas como os funcionários realizarão suas atividades, além de apostar que, após a pandemia, a demanda por ferramentas de trabalho remoto e continuidade de negócios deverá seguir firme no mundo corporativo.
Os executivos da LinkedIn Corp., já conseguem visualizar tendências emergentes que apontam que o trabalho remoto pode se tornar mais amplamente aceito.
No último mês, o LinkedIn contabilizou um aumento de 28% nas ofertas de empregos remotos, e também registrou um crescimento de 42% das pesquisas utilizando os termos “trabalhar em casa” ou “remoto”.
O executivo-chefe do Facebook Mark Zuckerberg, acredita que metade de sua equipe trabalhe remotamente nos próximos anos.
Quem tem filhos em casa está passando por dilemas inimagináveis e muitas famílias estão colocando em xeque a ideia de produtividade afinal, se “libertar” do escritório é realmente um sonho ou o início de um pesadelo entre o equilíbrio que separava o trabalho da vida pessoal?
Em entrevista ao The Verge, Zuckerberg comentou que através de pesquisas, descobriu que 40% dos funcionários estavam interessados em trabalhar em casa e ficou admirado ao descobrir que a equipe apresenta um bom desempenho trabalhando desta forma.
Outra pesquisa administrada pela Eagle Hill Consulting mostrou que um mês depois da pandemia, “cerca de 45% dos trabalhadores disseram que estavam esgotados” depois de trabalhar em casa. Neste estudo, foi mencionado o fato de que “Quaisquer que sejam as fronteiras que restaram entre trabalho e vida desapareceram quase inteiramente.”
Se o trabalho remoto será algo contínuo, só o tempo dirá, no entanto, é preciso entender que a transição exige reformulações e adaptações, afinal, essa experiência ocorre, não de forma intencional, mas sim, por indução, devido à crise causada pelo novo coronavírus.
Se você pretende continuar nesta, aqui vão alguns conselhos: vista roupas de trabalho pela manhã e evite trabalhar nos mesmos ambientes em que você dorme ou relaxa. Estabeleça limites no seu dia e utilize o privilégio de trabalhar em casa para priorizar a moderação e não a produtividade, afinal, trabalhar em casa só será sustentável (e saudável) nas condições certas.
Ao final desta pandemia, o mundo vai parecer diferente. Nós sairemos transformados, valorizando novas formas de trabalhar, relacionar. Mas isso não pode nos levar novamente a uma vida de excessos e exaustão. Lembre-se que neste período estamos sobrevivendo, depois, precisaremos voltar a viver. E essas são coisas extremamente diferentes.
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