A tecnologia já invadiu o agronegócio: há algum tempo ouvimos sobre a inclusão de análise de dados, sensores e softwares de gestão de fazendas e recentemente uma nova ferramenta foi adotada para reforçar o trabalho no campo: os drones.
Inicialmente, este item era utilizado para realização de fotos aéreas que auxiliam na identificação de pontos de melhoria de colheita. No entanto, agora essas aeronaves não tripuladas ganharam uma nova atribuição, a aplicação e distribuição de agentes de controle biológico.
Em Ribeirão Preto (SP), a startup SarDrones, que atua neste segmento, desenvolveu equipamentos próprios para dispersar cotesia e trichogramma, que são agentes biológicos utilizados no combate de pragas em plantações de cana-de-açúcar.
Esse equipamento funciona com pequenos compartimentos na parte inferior. Dentro dos contêineres, ficam copos de plástico biodegradável com os insetos que atacam as pragas das lavouras e durante o voo pequenas vespas são liberadas em partes estratégicas da plantação, viabilizando o serviço e tornando-o totalmente automatizado.
Ao sobrevoar as plantações para aplicação dos agentes biológicos, os dados do voo ficam cadastrados no app desenvolvido pela SarDrones.
Em alta
A CropLife Brasil, associação de instituições que atuam na pesquisa e desenvolvimento do setor agrícola ressalta que o valor do mercado de controle biológico no país cresceu 40% entre 2019 e 2020, atingindo o patamar de R$ 1,3 bilhão. A expectativa, conforme a consultoria de inteligência Blink é de que até 2030, esse número chegue a R$ 3,6 bilhões, uma expansão de 176% em uma década.
Os produtores começaram a se informar mais sobre recursos tecnológicos e entenderam que até mesmo o controle natural precisa de um reforço, para evitar que as pragas criem resistência aos produtos químicos inviabilizando as safras.
É como se fossemos seguir a mesma lógica do uso de antibióticos em nós seres humanos. Precisamos variar e usar todas as tecnologias à disposição para então, encontrar um controle mais eficiente.
Transformação dos céus
O mercado de drones entra nesse meio com altas perspectivas de crescimento. No exterior, há grandes players deste segmento, tais como: PrecisionHawk (EUA), DJI (China), Trimble Inc. (EUA) e Parrot Drones (França), dentre tantos outros.
Segundo uma pesquisa da Pricewaterhouse Coopers (PwC), esse tipo de serviço (realizado por aeronaves não tripuladas), conta com um mercado total rentável de US$ 127 bilhões.
Atrás apenas do segmento de infraestrutura, o setor de agricultura é o segundo gerador de maior receita para a tecnologia, com valor previsto de US$ 32,4 bilhões.
Especialistas do setor afirmam que este tipo de equipamento é muito versátil e tem grande potencial de permanecer trazendo mudanças para o agronegócio.