A escassez da produção de semicondutores está colocando em jogo uma tecnologia essencial para avanços inovadores nas indústrias de automóveis, smartphones e monitores.
A Coreia do Sul, um aliado de segurança dos EUA e um grande exportador para a China, busca reforços para atender à demanda da produção já que os semicondutores respondem pela maior parte das exportações do País.
Já a taiwanesa Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), Limited, empresa multinacional de contratos de fabricação de semicondutores, considera injetar dezenas de bilhões de dólares a mais em fábricas de chips de ponta no Arizona, Estados Unidos. Estimada como a fabricante de chips mais avançada do mundo, a TSMC coloca em seus planos investir de US$ 10 a US$ 12 bilhões para montar uma fábrica de chips em Phoenix.
A discussão entre os executivos da empresa é se a próxima fábrica deve ser mais avançada, com capacidade de produção de chips com a tecnologia de fabricação de 3 nanômetros, bem mais ágil e eficiente do que a tecnologia de 5 nanômetros utilizada na primeira fábrica.
Especula-se também, que a TSMC produza a próxima geração de 2 nanômetros e chips menores e, com essas fábricas, a TSMC provavelmente competirá com Intel e Samsung por subsídios.
Há também contestações sobre como impulsionar essa fabricação de chips também União Europeia e por hora, embora a empresa tenha comunicado não ter planos para uma fábrica na Europa, já informaram que não descartam nenhuma possibilidade.
Nos EUA, o presidente Joe Biden, quer dedicar US$ 50 bilhões à pesquisa e produção de semicondutores nos Estados Unidos, e recebeu apoio de big techs como Apple, Google, Microsoft e Amazon. Já na China, centenas de bilhões de dólares foram destinados ao desenvolvimento de sua própria indústria de fabricação de chips, para não depender de importações do Ocidente.
Mais de 150 empresas estão juntas impulsionando o esforço de uma década na produção de chips, com um único objetivo: proteger a indústria economicamente mais crucial do país. Dentre elas, estão as gigantes coreanas Samsung Electronics e a SK Hynix, dispostas a liderar mais de 510 trilhões de wons em investimentos em pesquisa e produção de semicondutores nos anos até 2030.
Fica claro que os principais concorrentes globais estão percorrendo este caminho com grandes investimentos, afim de serem os primeiros a conquistar o mercado futuro.
Você pode até não ter pensado nisso, mas os chips são produtos de primeira necessidade. Eles são o centro de quase todos os equipamentos eletrônicos que utilizamos, desde smartphones até supercomputadores.
A causa principal da falta de chips é a pandemia da Covid-19, que desarranjou cadeias de suprimentos e desacelerou o ritmo de produção, além de fazer com que mais pessoas consumissem produtos eletrônicos para trabalhar em casa, especialmente smartphones e notebooks. Para explicar melhor: quando falamos de computadores pessoais, é importante ressaltar que as vendas mundiais cresceram 10,7% no último trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior e durante todo o ano, o crescimento foi o maior em dez anos, de 4,8%.
Os setores que mais sofrem com a falta de chips são o automobilístico e o de dispositivos eletrônicos, já que antes da pandemia, os prazos de entrega de chips eram em torno de 10 semanas e hoje, dependendo do modelo, chegam a 25 semanas, praticamente meio ano.
Ainda que haja atrasos consideráveis, acredita-se que a situação seja normalizada até o final de 2022. Não há uma solução mais rápida para o problema, tendo em vista que para o aumento da produção são necessários grandes investimentos em equipamentos, que requerem muito mais tempo para entrar em operação.
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