Ter bons resultados em uma empresa e construir um mundo mais sustentável é possível? Sim! A consequência disso é o valor de US$ 1 bilhão investido no Brasil em ESG Enablers, startups que levam os pilares ambiental, social e de governança para dentro das empresas.
A sigla ESG significa em inglês “Environmental, Social and Governance” (ambiental, social e governança, em português) e em geral, é utilizada para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa e muitas vezes, pode ser um fator determinante dentro de alguns critérios de investimento.
Enxerga a movimentação do ecossistema de forma positiva, com cada vez mais atração de capital, especialmente em negócios com atalhos estratégicos para soluções caras e complexas, relacionadas a problemas sociais e ambientais concretos. “Essas startups são os catalisadores que precisamos para acelerar a transição para a economia circular, de baixo carbono, inclusiva e regenerativa”, diz a especialista.
Para ela, existem múltiplos caminhos a serem seguidos em prol da sustentabilidade. As startups podem ajudar empresas na jornada ESG oferecendo soluções leves, baratas e que atuem diretamente na gestão de projetos de impacto, assim como em questões éticas e de transparência. “Elas também podem fazer isso indiretamente, ao ajudar os clientes e funcionários a saberem mais sobre as práticas das empresas”, explica.
Tendência
Apesar da tendência, a pesquisa revela que o volume investido até junho de 2021 – US$ 89,8 milhões – corresponde a apenas um terço do total aportado no ano passado, de US$ 284,7 milhões. “O ecossistema de startups com soluções em ESG ainda é novo. Com o tempo e o crescimento dessas empresas de base tecnológica com modelos de negócio sustentáveis, o número de cheques de valores mais elevados tende a aumentar, assim como o volume total investido”, considera Tiago Ávila, head do Distrito Dataminer, braço de inteligência da Distrito.
Números
O levantamento destaca, entre os negócios mais recentes, o aporte na edutech Witseed, que recebeu um investimento-anjo de US$ 176 mil da Criaviz Ventures. A startup faz parte das 802 ESG Enablers mapeadas pela Distrito no ecossistema brasileiro. O setor predominante é o de água e energia, com 144 empresas, que juntas são responsáveis por uma participação de 17,96%. Em seguida, estão as edutechs (10,22%), fintechs (8,73%), martechs (8,6%), hrtechs (7,73%), greentechs (5,61%), negócios sociais (4,24%), Indústria 4.0 (3,39%), agtechs (3,12%) e biotechs (2,99%).