Você já ouviu falar em DAO? Esse termo vem se popularizando com as discussões recentes sobre NFT e Web3. No entanto, esses conceitos referentes à tecnologia aparecem a todo momento e por isso, é preciso compreender um pouco sobre cada um deles para se manter atualizado.
DAO é uma abreviação de organização autônoma descentralizada, em tradução literal. Em resumo, as DAOs são organizações em blockchain que usam contratos inteligentes para consentir que seus participantes tomem decisões coletivas sobre governança, liderança e operações.
A DAO é o nome de uma DAO particular, criada por uma equipe por trás de uma startup alemã chamada slock.it, especialista em “blocos inteligentes”, que possibilitam que as pessoas compartilhem suas propriedades numa versão descentralizada do Airbnb.
Lançada em maio de 2016, essa DAO foi financiada através de uma venda de tokens e, de alguma forma, este projeto conseguiu se tornar a campanha de financiamento coletivo mais bem sucedida da história até então, tendo arrecadado mais de US$ 150 milhões.
Quem conhece o conceito de DAO logo de cara, acha extremamente empolgante a forma como ele procura resolver tudo o que é errado com a forma como as organizações modernas são gerenciadas.
Imagine só, uma DAO estruturada, que pode oferecer a chance de moldar uma organização para cada investidor, sem sequer precisar de estrutura hierárquica: ou seja, todas as ideias inovadoras podem ser apresentadas por qualquer pessoa e consideradas por toda a organização.
Não há espaço para discussão pois, todos estarão sob o regime de regras pré-escritas, informadas a cada investidor antes de se juntar à organização. Também vale ressaltar que fazer uma proposta e manter seu voto nela custa caro, e isso faz o investidor avaliar suas decisões, parando de desperdiçar o tempo em soluções ineficazes. Além das regras, há outros pontos positivos, como por exemplo, a transparência das transações financeiras, que são registradas na blockchain e ficam disponíveis para revisão de qualquer um. Desta forma, todos os participantes auxiliam na decisão e acompanham os gastos de fundos.
Porém, nem tudo são flores. As DAOS, como quase tudo que é relacionado às criptomoedas, são uma tecnologia muito nova e, até certo ponto, intrigante, o que pode atrair muitas críticas.
A revista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, MIT Technology Review, avalia que a ideia de confiar às massas decisões financeiras importantes é ruim e não é provável que vai dar um bom resultado. Fizeram até um artigo onde dizem que muitas coisas vão ter que mudar no mundo para que os projetos relacionados com DAOS tenham algum sucesso.
Há também o sentimento conservador de que as massas não podem ser encarregadas de investimentos e o problema de segurança, que está ligado ao princípio “imparável” do código.
No caso das startups que funcionam como DAOs, também é preciso ume esforço maior para que elas possam realizar negócios fora de uma rede blockchain e se comunicarem com o mundo físico de instrumentos financeiros e propriedade intelectual. Neste caso, é necessário que haja algum quadro jurídico e a incerteza jurídica prejudica esse meio, já que a tecnologia é tão nova e diferente. Entretanto, especialistas afirmam que a resolução desses problemas todos seja apenas questão de tempo.
Ambas podem revelar diversos modelos de organização e de decisão democrática e participativa, e podem incluir também mecanismos que permitam um balanceamento entre poder econômico e identidade.
Também é preciso destacar que, tecnologicamente falando, os NFTs e DAOs são limitados pela lei atual e são relativamente simples.
Enquanto os NFTs são tokens para proveniência, facilitando na avaliação do valor de itens digitais, as DAOs são uma forma de organizar as pessoas, compartilhando fundos e executando planos.
Essas organizações e esses tokens são partes de uma mudança gigantesca dentro do entendimento que muitos têm das propriedades digitais e da web, através do pensamento e da crença de que as pessoas deveriam lucrar com sua mão de obra e colaborar de maneira mais proveitosa.
Casos de sucesso
Agora já entendemos que, na essência, qualquer organização autônoma com um sistema descentralizado de gerenciamento e orçamento pode ser intitulada DAO. Desta forma, quase toda a rede de criptomoeda descentralizada é uma DAO, especialmente considerando o período de financiamento coletivo inicial que precede o lançamento oficial.
Temos bons exemplos de DAOs bem-sucedidas, como a Digix Global, considerada padrão ouro de ativos digitais peer-to-peer, onde cada token de Digix Gold representa 1 grama de ouro padrão LMBA protegido em cofres Safehouse.
A criptomoeda de código aberto, peer-to-peer, Dash, que oferece pagamentos instantâneos e transações privadas e a BitShares, exchange descentralizada, que é uma plataforma de negociação rápida e fluida são outros modelos de sucesso.
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