Bandersnatch Black Mirror lembra um pouco o programa Você Decide que foi exibido pela Rede Globo entre os anos de 1992 e 2000.
A cada episódio, alguns casos eram encenados e o final era decidido pelos telespectadores através de votações via telefone, interatividade essa que hoje nos parece comum e que faz parte deste novo filme da Netflix.
Desta vez, o material apresenta uma narrativa interativa onde os espectadores decidem o rumo da história. Desde que estreou no último dia 28 de dezembro os fãs de Black Mirror estão em busca dos diferentes finais possíveis da história do protagonista Stefan.
Se você é fã da antologia, saiba que essa não é uma parte do seriado e muito menos um “filme” comum da Netflix. A provedora global de filmes deixa isso bem claro e antes do início da projeção começar, há um pequeno tutorial para explicar o sistema. Isso mesmo, em alguns momentos você terá que optar por uma continuação do filme e contará com apenas alguns segundos para decidir.
Até agora, relatos de sentimentos únicos foram divulgados pelos telespectadores já que durante o tempo em que escolhas estão na tela, aparece uma barra mostrando que seu prazo está chegando ao fim, e tudo isso acompanhado por uma trilha sonora tensa cujo volume fica cada vez mais alto deixando o público ávido pela “alternativa certa”.
No entanto, algumas escolhas acabam tornando a experiência do telespectador um pouco frustrante, pois ao escolher algumas opções, o público precisa refazer o caminho já que a história entra em um looping que leva o personagem para a mesma situação.
De acordo com a Variety, revista estadunidense semanal especializada em cinema, isso acontece quando o filme está desviando muito de sua trama principal e precisa voltar aos eixos.
Embora seja um raciocínio aceitável, na prática a sensação é de que parte da interação foi deixada para lá, já que há, de fato, uma linha a ser seguida. Com isso, conclui-se que mesmo sendo revolucionária a ideia precisa ser aperfeiçoada em projetos futuros.
Força maior
Em diversos momentos do filme, os personagens fazem grandes discursos sobre serem controlados por uma força maior. Para alguns, isso é visto como metalinguagem, afinal, o público está de fato controlando Stefan, e ouve a fala como se fosse para si, em outros tudo isso soa apenas como um fato evidente e cansativo.
Uma história, cinco finais (ou mais)
Cada vez que o usuário faz uma escolha, um novo desfecho da história é criado. Segundo a Netflix, cinco deles são os possíveis finais oficiais, com inúmeras possibilidades dentro de cada um.
Embora haja pontos questionáveis, o filme-evento da Netflix tem tudo para que os fãs continuem com aquela frase famosa: “Isso é muuuuuito Black Mirror”.