Se você comparar sua casa de hoje com ela há cinco ou até dez anos atrás, consegue perceber como ela se tornou inteligente? Pode parecer estranho falar desta forma, mas atualmente as casas estão tão cheias de dispositivos como termostatos, alto-falantes e lâmpadas inteligentes e isso tudo vai muito além dos nossos muros.
Pelo mundo todo, há cidades inteiras se tornando “inteligentes”. Em muitos locais, os gestores estão utilizando da tecnologia para aumentar a eficiência e melhorar a qualidade dos serviços e da vida da população, com iniciativas que vão desde sistemas de transporte, iluminação pública, até coleta de lixo.
Seguindo este conceito, a ideia é utilizar a tecnologia, juntamente com os dados coletados, para tornar mais fácil a rotina das pessoas que vivem e trabalham na cidade, oferecendo mais recursos.
A ONU prevê que até 2050, 68% da população mundial viverá em áreas urbanas e isso quer dizer que as nossas cidades estão crescendo e com elas, aumentam os desafios ambientais, sociais e econômicos. Estes desafios podem ser superados tornando os municípios lugares melhores para se viver.
Segundo um relatório do McKinsey Global Institute, a tecnologia das cidades inteligentes pode aperfeiçoar de 10 a 30% os principais indicadores de qualidade de vida, tais como incidentes criminais, problemas de saúde e deslocamento.
Tempestade Perfeita
A tecnologia traz uma “tempestade” de tendências tecnológicas, que nos permitem criar espaços nos quais tecnologia e seres humanos podem interagir de forma inteligente, conectada e automatizada.
Tendências como big data, inteligência artificial, veículos autônomos e Internet das Coisas (IoT) quando combinados, podem mudar o mundo e a forma como vivemos nele.
Um bom exemplo é o ajuste nas rotas de transporte público e os sistemas inteligentes de semáforos, que ajudam a manter o tráfego fluindo através de soluções promissoras.
A tecnologia também pode melhorar a eficiência energética, já que investir em fontes de energia limpa pode ajudar a monitorar de perto o uso de energia em tempo real e reduzir o consumo de energia. Em Amsterdã, por exemplo, as casas recebem medidores inteligentes de energia projetados para incentivar o consumo reduzido de energia.
Melhorar a segurança dos moradores e aumentar o tempo de resposta a incidentes entram também na lista de benefícios da tecnologia nas cidades. A título de exemplo temos Nova Orleans, onde os dados de vídeo em tempo real da Bourbon Street são analisados para rastrear com mais eficiência e melhorar a segurança pública.
Além disso, a tecnologia de cidade inteligente também pode incentivar uma maior colaboração com os habitantes da cidade, já que de certa forma, ela os envolve mais em diferentes situações.
Há vários exemplos de aplicativos que permitem aos cidadãos relatar problemas locais com mais facilidade ou plataformas de redes comunitárias que aceitam que os vizinhos se conectem e compartilhem recursos.
Outro exemplo é um kit de teste ambiental Smart Citizen Kit. Ele tem baixo custo e pode incentivar os moradores a coletar dados ambientais locais, basta colocá-lo em locais como varandas e peitoris de janelas para coletar dados sobre o ambiente local, incluindo poluição do ar e ruído.
Estes dados são enviados para uma plataforma online, que cria efetivamente um mapa de dados de crowdsourcing. Nunca ouviu este termo? Então vamos lá: quando pessoas se juntam para agregar seus conhecimentos em torno da solução de problemas, estamos falando de um processo colaborativo, chamado crowdsourcing.
Deu para perceber como a tecnologia das cidades inteligentes estão modificando nossa forma de viver e nos relacionar como sociedade? Quais outros pontos você apontaria dentro deste tema?